quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Nasce uma baterista

Hoje fomos assistir a Charanga no seu primeiro ensaio aberto na loja 3º Tom. Quase nunca saímos com Bady a noite porque os horários e os programas são incompatíveis com o estilo de vida dela (dorme cedo, acorda cedo, e ainda está aquém de muitos limites de censura). Mas, dessa vez, fomos todos.

O ensaio está acontecendo na frente da loja de instrumentos musicais 3º Tom, que fica na área de um posto próximo ao Clube Espanhol. Lugarzinho pequeno, mas bem bacana. Eu, pelo menos, adoro esses espaços alternativos porque me lembram muito meu tempo de carioca! Escutar Léo Gandelman em frente ao MAM, no Aterro do Flamengo; Victor Biglione no Fashion Mall; Djavan na Praia de Botafogo...estou velha e saudosista!

Meio cabreira com a altura do som, levamos Bady para curtir a noitada. Eu, como guia musical, lhe apresentei todos os instrumentos. Ela ficou muito curiosa com o pé do baterista batendo o bumbo.

Enquanto a banda tocava, ficamos por ali caminhando, dançando, correndo...No fim, Bady resolveu entrar na loja. Mexeu nas guitarras e violões, seus velhos conhecidos. Olhou umas revistas, e teve sua atenção chamada pela filha do dono, mais ou menos 10 anos, tocando a bateria. Ficou perto, olhando, toda curiosa. Depois de um tempo, a mãe da menina sugeriu que ela desse as baquetas para Bady brincar um pouco. Baquetas, suas velhas conhecidas também, apresentadas pelo tio . Estavam todos ali achando engraçadinho aquela menininha de quase 2 anos querendo tocar bateria. Ela, segura de si, nem aí para os olhares curiosos, pega as baquetas, se posiciona em frente à caixa, coloca seu pezinho do pedal no bumbo, e quebra tudo!! Tá-tá-tá-tá-tum, tá-tá-tá-tá-tum! A firmeza e a cadência deixou a platéia de queixo caído!!

Papai com olhos marejados. Mamãe feliz porque tudo indica que ela está salva...o groove dela é outro!!

P.S.:
1. Um recadinho para o tio : não basta babar também!! Prepare-se para cumprir sua promessa: bateria de presente no dia 17 de dezembro!

2. Quem duvida, pode perguntar para Lucas Occilupo (baterista da Charanga e da Jammil e Uma Noites)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

As últimas...

Já é quarta-feira e não escrevi nada. Incrível como o tempo voa. Ia escrever de noite, mas resolvi escrever agora enquanto vejo uma cena linda: Bady e o pai subindo a rua indo comprar pão. Parece mentira, mas é a primeira vez que os dois saem sozinhos a caminhar pela rua. Confesso: queria ter super poderes e acompanhar cada passo deles!! Realmente, nós mães achamos que os pais nunca vão cuidar direito. Pensei que estava livre disso já que sou tão desencanada...

Estamos ensaiando o desfralde. Bady vinha muito curiosa com o uso do vaso sanitário, querendo sentar, pegando papel para se enxugar, avisando o "tchitchi" e o "totô". Comprei o redutor (ela mesma escolheu) na sexta-feira passada (12/10). Domingo, estávamos sozinhas, acordando, e eu percebi que ela estava fazendo cocô. Perguntei se queria ir no banheiro, e fomos. Ela sentou toda orgulhosa, acabou o serviço, desceu, tentou dar descarga, eu ajudei, e disse "tau, totô"! Mas, o que me surpreendeu foi ela lembrar de contar isso ao Beto quando ele chegou de viagem, umas 2 horas depois. Para variar, foi bem detalhista, até colocou o redutor e sentou.

A chegada do pai foi outra surpresa. Ela sabia que ele iria chegar e já acordou perguntando. Estávamos na cozinha, e ela saiu para a sala. Quando atravessou a porta da cozinha e virou para a TV (que fica perto da porta de entrada), deu de cara com o pai abrindo a porta. Cena linda: alegria e acanhamento! Vê-la feliz correndo pela casa, contando e mostrando tudo, enquanto fala "papaí", é a coisa mas linda do mundo!!

A tarde, fomos para a casa do avô paterno. Mais uma atitude surpreendente. Em nossa casa, não oferecemos para ela biscoitos recheados, sucos artificiais, refrigerantes e outras tantas guloseimas. Quando saímos para comer fora, deixamos que ela beslique nossas sobremessas. Para agradar Bady, o avô comprou biscoito recheado de chocolate e, assim que chegamos, veio todo contente dar o pacote para ela. Minha primeira reação foi não deixar. Depois, refleti: putz, a gente vem muito pouco aqui. Nada radical é bom. Ele vai ficar feliz vendo a neta comendo um biscoito que ele foi comprar especialmente para ela. Deixei, mas decidi não deixar comer o pacote todo, ainda mais que era chocolate, uma coisa que ela não tem o hábito de comer e poderia ter alguma reação orgânica não muito agradável.

O primeiro biscoito acabou: " (seu mais desde 10 meses), vovô". Eu já com medo dela se empaturrar, conversei logo: vai comer mais um apenas. Vai tirar o apetite. Ela ganhou o biscoito, o pacote foi colocado em cima da mesa de centro, e ninguém se tocou de guardar. Supreendentemente, ela acabou o segundo biscoito, procurou logo algo para brincar, o pacote continuou em cima da mesa, e ela não pediu mais! Todos ficaram impressionados com a compreensão dela.

Acabaram de chegar!!

sábado, 13 de outubro de 2007

Eu já sei contar!

E Bady continua me surpreendendo...

Acordamos cedo ontem. Estávamos sozinhas. Meu leite tinha acabado, e resolvi ir ao Posto comprar uma caixa de leite semidesnatado (resolvi tomar leite semidesnatado porque quero perder 4Kg para voltar aos meus 50Kg). Banho, cabelinho arrumado, roupinha limpa, cheirosinhas, foram as duas mulheres da casa rua abaixo comprarem leite.

A caminhada começou com uma conversinha repetida diante do pedido de "colo, mamãe". Tenho conversado com ela sobre a importância de fazer exercícios para crescer forte (como "Tsantsão, ela completa), que ela está pesada, e que tem que escolher: ficar no colo e voltar para casa, ou andar e irmos para "hua". Rueira como ela só, aceita logo caminhar, mesmo que eu tenha que negociar: "Caminha até aquele orelhão (ou qualquer outro marco), e você vem para o coloco um pouco". Cumpro nossos acordos e nossas caminhadas fluem bem.

No caminho, vimos vários cachorros, vimos "cocó", "voa-voa" (passarinho. Ela mesma começou a usar a expressão de uma música de um DVD para designar passarinho) e outras tantas coisas. Quando chegamos no semáforo, ela logo me diz: "vemelho". Paro e espero ficar verde.

Quando pisamos na área do posto, ela me mostra "pombo". Em seguida, me diz: "mamãe, dois". Caraca, eram dois pombos!!! Mais ainda, ela não disse "um, dois". Ela fez isso para ela mesma e já me comunicou que eram dois pombos.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Desmame: nossa história de sucesso



Continuando com o propósito de recuperar o tempo...hoje, estamos desmamadas há 1 mês e 9 dias.

Nesse período, senti vontade de amamentar, Bady sentiu vontade de mamar, conversamos sobre isso e ficou claro que nosso momento de desmame veio no tempo certo. Bady continua reagindo bem, sem alteração no sono (quer dizer, melhorou), continua comendo bem, continua bem humorado e, cada vez mais, sobressai sua natureza sociável. Acho que vai ser como eu era quando criança (depois, fiquei mais retraída) conversava com todos que cruzassem meu caminho. Bady é assim: entre palavras, mímicas e o "tradutório" materno, ela conversa com todo mundo!!

Mas, vamos ao relato do desmame! Quer dizer, poupando tempo, vou copiar a descrição que fiz na Pediatria Radical .

Encarado como um processo, a amamentação deve ser “conversada” constantemente com criança quando em qualquer mudança de rotina. Eu adotei para mim o princípio do diálogo. Desde muito cedo, conversava com ela sobre o fim da fase de exclusividade, da livre demanda, do desmame diurno e do desmame total. Fiz todos esses “desmames”, ou melhor, passei por todas essas etapas do desmame sem traumas, apesar de algumas reclamações. Há 3 meses, proibi que a chamassem de neném, bebê, e similares. Ao mesmo tempo, sempre que ela me mostrava alguma pessoa, personagem de desenhos ou filme e bichinhos dormindo, eu destacava o fato de que eles não dormiam mamando, e de que só bebê que precisava do peito para se acalmar porque ele não sabia conversar, não sabia se mexer, etc. Também comecei colocar em relevo às vantagens de uma criança que já brinca, corre, sobe em tudo, come x (citava alguma coisa que ela gosta muito), que nada, etc em relação ao bebê. Observava também que ela agora é uma menininha. Eu pensei o desmame até ela completar 2 anos, mas, há 15 dias atrás, decidi comunicar que a partir daquele dia, ela iria continuar dormindo no me colo, eu iria continuar levantando para embalar caso ela despertasse e não conseguisse dormir sozinha, mas que ela não iria mais mamar. Passei o dia conversando sobre isso. Durante o banho da noite, repeti minha resenha e perguntei se ela tinha entendido. Ela fez que “sim” com a cabeça. Na hora de dormir, pediu uma boneca, pediu água, pediu leite...enfim, solicitou um monte de coisa, mas não pediu para mamar. Nos dias subseqüentes, eu continuava conversando com ela sobre o desmame. Após 4 dias, ela pediu para mamar. Eu expliquei tudo de novo. Ela fez um bico, pensei que ia chorar (meu coração já ficou apertadinho), mas ouvi dela: “Abou, menininha”. Três dias depois, ela sentou no meu colo, começou a beijar meus seios sobre a blusa, repetindo: “Abou, menininha”. Depois desse dia, ela não pediu mais.

Certamente, amamentar foi uma das experiências mais significativas que tive na minha vida.



quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Ela "leu" sua primeira palavra com 1 ano e 9 meses

Fiquei chocada agora que acabo de ver que já são 5 meses sem postar nada!! Todo dia acontecem coisas engraçadas, penso em registrar, faço uma pequena anotação na agenda, mas nunca passa disso. Fico me perguntando: o que acontece que não consigo manter um simples blog? Falta de disciplina? Ou falta de amor? Fiquei com esse lance de "falta de amor" na cabeça depois que li que é falta de amor não fazer o tal do "Primeiro Álbum".

Enfim, o tempo me atropela. Os acontecimentos também. Não consigo acompanhá-lo...estou sempre com "falta de tempo".

Mas, deixando as desculpas de lado...vamos aos relatos! Há muito tempo (não sei precisar...esse detalhe não foi anotado na agenda) Bady reconhece carros semelhantes ao nosso na rua. Ao ver um Xsara Picasso, não importa a cor, passando ela dizia "mamãe" ou "papai". Quando estava comigo, eu corrigia: "é igual ao carro do papai, da mamãe e seu. É igual ao nosso carro". Com um tempo, ela se apropriou completamente do carro e ele passou a ser "meu".

Até ontem, eu pensava que ela reconhecia apenas a forma do carro. Engano: ela sabe "ler" a palavra "Picasso"! Assim mesmo: em bloco!

Explico melhor: eu estava descendo uma rua com ela e, como sempre, estávamos rindo, conversando e cantando. De repente, ela olha para o lado, dá de cara com a lateral de um carro e exclama, ao mesmo tempo que aponta a palavra "Picasso": "mamãe, meu!". Ela reconheceu o "design" da palavra.

Para completar a cena, mais uns carros depois, ela se depara coma frente de um Xsara , vê o símbolo da Citröen e diz de novo: "meu, meu!".

Como mãe, fiquei toda boba (por isso que estou escrevendo aqui).

P.S.: 1. Amanhã, prometo para minha filha que vou registrar para a posteridade nossa história de amamentação e desmame.

2. Nosso carro é preto.